Empreendedorismo Social

A sustentabilidade no artesanato do Cerrado: como boas escolhas criam histórias que propagam o amor pela arte e o respeito pelo meio ambiente e a sociedade.
Você pensa em sustentabilidade, quando vai comprar aquela camiseta da última coleção da sua marca favorita?
Já parou para pensar se a matéria-prima ou os processos produtivos daquela camiseta, geraram algum impacto negativo? Quando pensamos em produtos sustentáveis, muitas vezes questionamos apenas se o produto é ‘ecologicamente correto’, mas, o tema abrange muito mais que isso. A sustentabilidade, para Sou de Algodão, prevê requisitos nos pilares ambiental, social e econômico. E quando essa tríade é equilibrada através das ações de uma empresa, constrói-se uma corrente do bem que só cresce e beneficia cada vez mais pessoas. 
Bordana é uma cooperativa de bordadeiras de Goiânia preocupada em dar chance a mulheres que precisam trabalhar ajudando-as a ter uma renda. Criada em 2011, a sociedade já nasceu com objetivos claros: atuar de forma sustentável utilizando como matéria-prima apenas o algodão. 

“Nossa ideia sempre foi trabalhar com tecidos 100% algodão. É um de nossos princípios”, afirma Celma Grace de Oliveira, idealizadora e fundadora da Bordana. E por que o algodão? Segundo ela, a facilidade de manusear o tecido feito com a fibra natural, a textura e a beleza, unidas à preocupação por usar um material sustentavelmente cultivado foi opção unânime do grupo. 
O início da produção deu-se com o algodão cru, passando pelo percal 200 fios e, agora, uma coleção mais sofisticada, que inclui colchas, cortinas e outros itens, e contempla o algodão 400 fios.
Atualmente com 30 mulheres, 20 delas cooperadas e registradas, além de outras 10 voluntárias, a empresa produz mensalmente entre 150 e 200 peças, tendo como carro-chefe almofadas. Mas não para por aí. A linha foi crescendo e hoje elas criam cadernetas, capas para óculos, cadernos, notebooks e tablets, ecobags, chaveiros, marcadores de livro, somando um mix de 20 produtos, todos comercializados na sede da empresa e na Feira do Cerrado, voltada exclusivamente a produtos artesanais, assim como em eventos desse gênero tanto em Goiânia como em outros Estados, em parceria com o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB), o Sebrae e outras instituições.  A venda faz coro à produção, no que se refere à consciência ambiental e social. Celma é enfática em afirmar que existe, sim, uma preocupação enorme em vender para pessoas que querem saber o que está por trás do produto, como é feito, a responsabilidade com o trabalho e a sustentabilidade.

Conhecer a origem da matéria-prima faz toda a diferença
 A busca pelo algodão sustentável é feita de várias formas. Pela internet, Celma consegue pesquisar e entrar em contato com fornecedores credenciados, mas a troca de informações e dicas em eventos em que participa sempre resulta numa vasta gama de conhecimento. No ano passado, ela esteve no Rio de Janeiro para receber o Prêmio TOP 100 de Artesanato, e o encontro tornou-se uma grande confraternização com mais de uma centena de grupos voltados ao artesanato e usuários de algodão como matéria-prima. “Foi um verdadeiro intercâmbio com essas entidades que também trabalham com a fibra. Trocamos contatos com novos fornecedores por todo o País. Eu quero participar dessa cadeia, comprar de outro empreendimento social. ” 
Apesar da vontade de privilegiar os pequenos produtores, ligados à economia solidária, Celma explica que ainda é mais fácil adquirir o algodão através da indústria, justamente pelo fato de o preço ser mais acessível.
Inspiração e Moda: o maravilhoso mundo do Cerrado
 Partindo para outras alternativas sustentáveis, Celma conta que uma nova produção de peças, agora voltada ao vestuário, será intitulada “O Sonho de Ana e o Maravilhoso Mundo do Cerrado”. A coleção é uma homenagem à filha da fundadora, que sonhava em ser designer de moda e que veio a falecer em 2007, aos dez anos de idade, dando origem ao projeto social de Celma. 
O trabalho da Bordana não se resume à manufatura. O grupo também ministra cursos de bordado a mulheres que queiram aprender o ofício, independente de atuarem posteriormente na cooperativa, mas é justamente assim que a ação delas vai crescendo e ficando mais popular.

Os próximos passos, afora o crescimento da cooperativa no número de participantes, é se tornar cada vez mais presente nas redes sociais. “Neste ano, nosso foco é aprimorar nossa presença no mundo digital, fazer a venda também virtual. ” 
Em São Paulo é possível conhecer o trabalho das bordadeiras em uma exposição que fica até 26 de agosto no museu A Casa, no bairro de Pinheiros, zona oeste de SP, dentro do projeto A Casa Bordada. 

Histórias como esta enchem nossos corações e nos fazem refletir como a sustentabilidade se torna simples através desse olhar, de fazer o bem, de levar esses valores aos produtos que seguirão na vida de outras pessoas, que contarão a história, elevando o impacto dessa corrente do bem.
Fonte: http://soudealgodao.com.br/bordana/


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